terça-feira, maio 31, 2011

Os Quatro Cavaleiros do Ateísmo - O Debate

Assista aos ateus mais influentes do mundo atualmente neste debate onde criticam as crenças religiosas.

Da esquerda para a direita: Christopher Hitchens, Daniel Dennett, Richard Dawkins e Sam Harris:

  

segunda-feira, maio 30, 2011

Carl Sagan - Contato - O Filme

Baseado na obra homônima de Carl Sagan.

Desde menina, Ellie (Jodie Foster) buscou indícios de outras vidas no universo. Quando recebe uma mensagem com uma máquina capaz de levar um ser humano e fazer contato com extraterrestres, reinvidica o direito de ser escolhida para a missão.

domingo, maio 29, 2011

Um trecho de Nietzsche


Friedrich Nietzsche, filólogo e filósofo alemão do século XIX,  é uma das grandes vozes do ateísmo. Seus livros são fáceis de serem adquiridos e não são caros, mesmo para nossa realidade de leitores subdesenvolvidos. Dentre suas grandes obras, aponto A Gaia Ciência, Assim Falava Zaratustra e O Anticristo (apenas para matar sua curiosidade, esta última obra fala sobre Paulo de Tarso, o famoso São Paulo, responsável pela expansão inicial do cristianismo). A seguir, transcrevo um trecho de Assim Falava Zaratustra. Antes que você comece a ler, ressalto que é um livro difícil, denso.

Dos Sacerdotes

Um dia Zaratustra fez um sinal aos discípulos e falou-lhes assim:
"Olhai estes sacerdotes, conquanto sejam meus inimigos, passai por diante deles silenciosamente e com a espada embainhada.
Também entre eles há muitos heróis, muitos sofreram demais, por isso querem fazer sofrer os outros.
São maus inimigos: nada há mais vingativo do que a sua humildade. E quem os ataca, facilmente se macula.
O meu sangue é, porém, igual ao deles e eu quero que o meu sangue seja honrado até no deles".
Quando passaram, a dor embargou Zaratustra; depois de lutar uns momentos com a dor, começou a falar assim:
"Aqueles sacerdotes causam-me pena e são-me antipáticos, mas desde que estou entre os homens, isso é o que menos me importa.
Fizeram-me e fazem-me sofrer; vejo-os prisioneiros e marcados. Aquele a quem chamam o Salvador pôs-lhes as algemas.
As algemas dos valores falsos e das palavras ilusórias! Ai! Haja quem os salve do seu Salvador!
Quando o mar um dia os arrojou julgaram arribar a uma ilha, mas afinal deram com um monstro adormecido!
Falsos valores e palavras ilusórias: eis quais são para os mortais os monstros mais perigosos: neles dormite e aguarda largo tempo o destino.
Afinal desperta e devora aquele que nele se albergou.
Ó! Aquela luz artificial! Aquela atmosfera pesada! A alma ali não pode voar até a sua própria alma.
A sua crença ordena isto:'vós, pecadores, subi de joelhos as escadas'.
Em verdade, prefiro ver o impudico a esses olhos deslocados pela vergonha e pela devoção!
Quem, pois, criou semelhantes antros e semelhantes graus de penitência? Não eram os que queriam esconder-se e a quem o céu límpido ofendia?
E só quando o céu estiver límpido, olhe novamente através das abóbadas rendilhadas e contemple a erva e as vermelhas papoulas dos ruinosos muros. Só então inclinarei o meu coração novamente ante as moradias desse Deus.
Chamaram Deus ao que os contrariava e prejudicava e, na verdade havia na sua adoção muito heroísmo!
E não souberam amar ao seu Deus, senão crucificando o homem!
Pensaram viver como cadáver; amortalharam de negro os seus cadáveres e até nas suas palavras percebo o mau cheiro das câmaras mortuárias.
E o que habita junto deles, habita junto dos negros tanques onde se ouve cantar o sapo com doce melancolia.
Seria preciso entoar melhores cânticos para eu crer no seu Salvador; seria preciso que os seus discípulos tivessem mais aparência de redimidos.
Quereria vê-los nus: porque só a beleza devia pregar o arrependimento. Quem convencerá essa compunção mascarada?
Mesmo os salvadores desses homens não descendiam da liberdade e do sétimo céu da liberdade! Nunca andaram sobre as alfombras do conhecimento!
O espírito desses salvadores era todo vácuo e nesse vácuo tinham posto a sua loucura, o seu suprefaltas a que chamaram Deus.
O seu espírito estava mergulhado em piedade e quando se enchiam de piedade sempre sobrenadava uma grande loucura.
Ousadamente, lançavam o seu rebanho ao caminho dando gritos: como se não houvesse mais do que um caminho que fosse dar ao futuro! Em verdade, esses pastores também formavam parte das ovelhas.
Tais pastores tinham espírito pequeno e almas grandes sensitivas, mas, meus irmãos, quão pequenas foram até agora as almas sensitivas, mesmo as maiores!
No caminho que trilharam escreviam sinais de sangue e a sua loucura ensinava que com o sangue se dá testemunho da verdade.
O sangue, porém, é o pior testemunho da verdade; o sangue envenena a doutrina mais pura e muda-a em loucura e ódio dos corações.
E quando alguém atravesse o fogo pela sua doutrina, isso que prova? Coisa muito divina é quando do próprio incêndio surge a própria doutrina.
O coração ardente e a cabeça fria: quando essas duas coisas se reúnem, nasce o torvelinho, o 'Salvador'.
Em verdade, houve nascidos melhores e maiores do que aqueles a que o povo chama salvadores, esses arrebatadores torvelinhos. E é mister, meus irmãos, que sejais salvos por outros maiores ainda do que todos os salvadores, se quereis encontrar o caminho da liberdade.
Nunca houve um Super-homem. Tenho visto a nu todos os homens, o maior e o menor.
Parecem-se ainda demais uns com os outros: até o maior era demasiado humano".
Assim falava Zaratustra.

Cotidiano e Drogas [Lança Perfume]

Lança no Metrô

Primeiro, para quem não conhece os efeitos do lança-perfume.
Se você já ouviu algo sobre, deve saber algo sobre o "Tuin" .

O "Tuin" é literalmente o som que fica na sua cabeça depois de usar desse "produto", que aliás não é bom de ser muito consumido, porque isso faz um mal danado, mas deixemos isso de lado e comecemos a historinha e etc e tal...

Se no seu cotidiano é necessário ir a longas distâncias de vez em quando, você já deve ter utilizado esse transporte público, no qual você entra em um vagão e é levado em alta velocidade a outro ponto. Já é bem legal pegar metrô, diga-se de passagem.
Dentro do vagão você não tem muita coisa para fazer, então você, às vezes, olha para uma pessoa
sem ela perceber, às vezes ela olha para você ao mesmo tempo e rapidamente os dois olham para qualquer outro ponto do vagão para disfarçar, você presta muita atenção na conversa dos outros de vez em quando também, isso pelo fato de não ter nada para fazer no vagão.

AGORA, se você tivesse dado algumas baforadas...

Aquela pessoa que você iria encarar por menos de um segundo, você olharia por cerca de dois minutos, porque ao olhar para ela, você consegue nitidamente ver ela se aproximar e se afastar de você rapidamente (algumas pessoas podem achar estranho você ficar encarando ela que nem louco). Sua audição é aumentada também, você quase consegue ouvir os pensamentos das pessoas, só um problema, você não consegue entender NADA do que estão falando, você vai ouvir um som do tipo "Gru gru gru". se as pessoas estiverem falando de mais perto, você ira ouvir "tudo como um eco.. eco.. co... o..."
Enquanto o vagão está em movimento, todo aquele barulho se tornará um unico som, o "Tuin" um tuin contínuo e irritante.
Se você quiser ficar meio enjoado, é só olhar para fora do vagão, a imagem vindo e voltando toda hora e imagens rápidas?... aguarde algumas vomitadas.

Falar com as pessoas é algo muito cômico de se fazer nessas horas, você nunca vai deixar de entender a última palavra dita porque ela se tornará um eco em sua cabeça durante alguns segundos ou alguns minutos.

Bom, lembrem-se crianças, não usem drogas..gas...gas...as....as...ah...ah.

Bill Maher - Religulous

Religulous acompanha o comediante Bill Maher na sua viagem a locais de culto religioso em todo o mundo, para entrevistar um vasto espectro de crentes em Deus e na Religião. 

Conhecido pela sua astuta capacidade analítica e pelo seu empenho em não ser agressivo com ninguém, Maher aplica a sua característica honestidade e espírito irreverente às questões da Fé, fazendo-nos entrar numa divertida e provocatória viagem espiritual. 

O filme não trata exatamente da existência ou não existência de Cristo e Deus, mas sim das religiões seguidas por todo mundo, principalmente a cristã.

Para baixar, duplo clique sobre o vídeo:

sábado, maio 28, 2011

sexta-feira, maio 27, 2011

Carl Sagan - O Mundo Assombrado Pelos Demônios

The Demon-Haunted World (O Mundo Assombrado pelos Demônios - A Ciência vista como uma vela no escuro, no Brasil) é um livro de Carl Sagan publicado originalmente em 1997.

Nessa obra, Sagan pretende apresentar o método científico a leigos e encorajá-los a pensar de maneira crítica e cética, demonstrando métodos para distinguir ciência de pseudociência e propondo o 
ceticismo e o questionamento ao abordar novas ideais.

Sagan afirma que após uma análise das suposições de uma nova idéia, ela deve permanecer plausível e, então, ser reconhecida como uma suposição. O pensamento cético é uma maneira de construir, entender, racionalizar e reconhecer argumentos válidos e inválidos e prová-los de maneira independente. Ele acreditava que a razão e a lógica devem prevalecer a favor da verdade. Através desses conceitos, os benefícios do pensamento crítico e a natureza "auto-corretiva" da ciência emergiriam.

Sagan fornece uma análise cética de vários tipos de superstições, fraudes, pseudociências e crenças religiosas como deuses, bruxas, OVNIs, percepção extra-sensorial e cura pela fé.

quinta-feira, maio 26, 2011

São Guinefort, o Santo Canino

São Guinefort era um santo muito incomum, e a sua história é verídica. Na verdade, ele era um Greyhound que viveu na França no século 13. Para o povo, ele era amado e venerado. Para a Igreja, que de início não percebeu  que São Guinefort era um cão, ele foi um constrangimento. Apesar dos melhores esforços da Igreja para acabar com todas as referências a este cão amado, São Guinefort permaneceu popular por 700 anos, até a década de 1940. O dia de São Guinefort é 22 de Agosto e, embora seja considerado o protetor das crianças, podemos pedir sua proteção para nossos queridos amigos e outros animais.

Nas suas missões, São Roque e São Cristóvão contaram com a ajuda de cães fiéis, que são mencionados nos textos sagrados, mas a Igreja nunca reconheceu nenhum cão santo.
Isto aconteceu há muito, muito tempo na região de Dombes, perto de Lyon, na França, no século XIII.

Um dia, conta-se, o senhor o castelo de Neuville e sua esposa tiveram de se ausentar por algumas horas, deixando o seu filhinho de poucos meses sozinho no castelo e à guarda do Greyhound do senhor. Eis que uma serpente se introduz no quarto da criança. Ao ver que o réptil se aproximava do berço, o cão, que estava agachado atrás dele, atacou-a. Então deu-se uma luta violenta, com a serpente silvando e o cão ladrando; o menino, acordado pelo barulho, começou a chorar. No ardor da refrega, a criança caiu para baixo do berço, ficando no entanto em perfeito estado. O cão, coberto de feridas e de sangue, matou a serpente e depois continuou de guarda à criança.

À última hora da tarde, a ama deu com esta cena e, sem procurar nem ir ver debaixo do berço, desatou a chorar desabaladamente pelo recém-nascido; quando a mãe chegou, fez o mesmo que a ama: pôs-se também a chorar. Nisto, o senhor entra no quarto e, cheio de cólera, mata o cão. Só mais tarde, ao endireitar o berço, é que encontraram o menino, dormindo tranquilamente no meio da desordem. O senhor do castelo não teve de se esforçar nada para reconstruir o drama e reconhecer a coragem e lealdade do seu fiel cão. Guinefort, seu Greyhound, foi enterrado com todo o respeito que merecia a sua proeza. Com o tempo, o castelo caiu em ruína e a natureza recuperou os seus direitos sobre a propriedade, pois assim trabalha a justiça divina. Os camponeses dos arredores habituaram-se, então, a ir em peregrinação à campa de Guinefort, cujo acesso se mantinha em segredo. Guinefort  fez milagres... e converteu-se em São Guinefort em toda a região.

O culto de São Guinefort era bastante estranho, como testemunhou Étienne de Bourbon, o frade dominicano que descobriu essas práticas quando era inquisidor na região. Em 1260 fez uma pesquisa, que relata nos seguintes termos:

"Numa aldeia fortificada a uma légua de distância deste lugar, as mulheres, acompanhadas pelos filhos, vão procurar uma velha que lhes ensina a maneira de atuar, fazer oferendas aos demônios e invocá-los, e que as conduz a esse lugar. Quando chegam, oferecem sal e outras coisas; penduram nos ramos os cueiros das crianças e espetam um prego nas árvores que cresceram ali; passam a criança nua por entre os troncos de duas árvores; a mãe, que fica de lado, leva o filho e atira-o nove vezes à velha, que está do outro lado. Enquanto invocam os demônios, conjuram os faunos que existem no bosque de Rimite para que, segundo dizem, apanhem a criança enferma e débil que lhes pertence; e, depois de a levarem, devolvê-la-ão gorda e luzidia, sã e salva. Feito isto, as mães infanticidas recuperam os seus filhos e põem-nos nus junto da árvore, em cima da palha do berço, e com fogo que levaram acendem de cada lado da cabeça duas velas que medem uma polegada, e fixam-nas sobre o tronco. Depois retiram-se até as velas acabarem de se consumir, de modo a não ouvirem os vagidos das crianças, nem as verem. As velas que se consomem desta maneira queimam por completo e matam várias crianças, segundo se conta. Quando as mães tornam para junto dos seus filhos, se os encontram vivos levam-nos até às águas rápidas de um rio próximo, chamado Chalaronne, onde os mergulham nove vezes; se se salvarem e não morrerem ali mesmo, logo a seguir, é porque têm umas vísceras muito resistentes."

Evidentemente, Étienne de Bourbon tentou proibir este estranho culto. Mas, tal como demonstra a apaixonante investigação realizada por Jean-Claude Schmitt e descrita no seu livro Le Saint Lévrier, o culto de Guinefort prolongou-se até muito depois do século XIII. Aparece mencionado em 1632, 1826, 1877, 1886, 1902 e mesmo em 1940, quando uma avó se lembrou de ir ao bosque de São Guinefort para conseguir a cura dos seus netos.

Mais estranhas ainda são as outras onze versões da história de Guinefort que Jean-Claude Schmitt descobriu na Europa Ocidental e que remontam à mesma época. Em Pavia, São Guinefort era humano e estava crivado de setas como São Sebastião; protegia os homens da peste; a sua festa celebra-se a 22 de Agosto. Em 1082 foi feita à abadia de Cluny uma doação de uma «fazenda de San Guinifortius».

Em 1131, na mesma abadia de Cluny, faz-se menção a um altar dedicado a São Guinefort. Em algumas igrejas de Sens, Brujas e outras cidades francesas ainda se celebra o culto de São Guinefort. E até em Montargis, famosa pelo seu cão, há no castelo uma capela subterrânea que lhe foi dedicada, não se sabendo se se trata do Greyhound santo de São Guinefort de Pavia.

sobre a valorização artistica no Brasil...

Bom... acho que o buraco é tão fundo que não acredito ver valorização da arte ainda em minha existência. O "sistema" em si atua de forma silenciosa  impregnando escassez e excessos, escravizando pessoas em míseros salários, de árduos serviços, diversão imediata (pão e circo... que pé no saco...). Neste meio caminho... a maioria simplesmente se entrega a qualquer satisfação instantânea como um recurso de felicidade rápida promovendo, na maioria das vezes, apenas a vaidade física e a banalidade sexual. É um ato extremamente violento contra a arte e a filosofia. Jogadores de futebol recebem salários absurdos, músicas de qualidade duvidosa ganham mais e mais espaço nas rádios, programas de televisão necessitam cada vez mais de dançarinas seminuas e, querendo ou não, o público é o verdadeiro culpado. Alguns anos atrás, a “Folha de São Paulo” acusou que os paulistas gastam em média apenas 0,25 centavos mensalmente com leitura. Putz... mensalmente!!! Enquanto isto, cd piratas são vendidos aos montes na simples bagatela de 1,00 ou 2,00 reais... preço mais do que justo... uma vez que boa parte da qualidade da música do brasil não teria direito de valer muito mais do que isto.
Fazer sucesso no Brasil nem é difícil... não precisa de inteligência, nem de emoção... basta ter excesso... “em excesso até fracasso faz sucesso por aqui”... não é a toa que eu vejo tantos bons artistas acreditando na “força do silêncio”.
A alienação tomou conta, a arte de pensar parece sem graça demais... parabéns aos políticos que conseguiram um leito pleno para ajustar seus salários da forma que eles bem entenderem...

terça-feira, maio 24, 2011

Eu, você e nossa circunstância...


     Recentemente, eu comecei um texto que simplesmente não consegui terminar. O texto tinha a intenção de demonstrar como eu me sinto frustrado em não conseguir demonstrar para meus alunos o quanto a ciência é transformadora, não só na questão tecnológica e social, como também individual. Com certeza absoluta, não sei sobre ciência o tanto que eu gostaria de saber mas, na medida do que consigo, tento ter uma boa compreensão sobre a mesma em seus mais diversos aspectos. Falo isto em nome de todas as ciências, mas é claro que possuo fascínio maior pelo ramo das exatas, na qual sou formado. Falando por mim, o contato com a ciência me trouxe mais amor, tolerância, deslumbramento, humildade, responsabilidade social e menos medo da morte. Apesar de ter falado por mim sei de outros que passaram pelo mesmo e, assim como eu, não trocam isto por nada. Talvez pareça engraçado, ou mesmo sem nexo relacionar questões como amor, tolerância, humildade e etc... com ciência mas, de fato, de forma quase paradoxal, posso dizer que a ciência salvou meu “espírito”.
     Se eu já não estiver morto enquanto você lê estas minhas palavras, acredite: já sou muito feliz de dividir a mesma época e planeta com você, afinal, diante da vastidão do tempo, da imensidão do universo e das probabilidades genéticas que eram possíveis durante a fecundação que nos originou, poder agora, eu e você, ocuparmos uma mesma circunstância, um mesmo momento é algo tão esplendoroso e único, que não pretendo desperdiçar nosso tempo com vaidades e mesquinharia.
     Se você ainda não entendeu o que eu quis dizer, pense da seguinte forma: temos no momento uma média de 6 bilhões de seres humanos na terra. Pense em quantos destes você conheceu. Agora, pense em quantos você simplesmente nem teve a oportunidade de conhecer. Foram muitos, não é mesmo? Mas a conta ainda fica pior: adicione ao número de desconhecidos todos os que já morreram antes mesmo de você nascer, todos os que irão nascer após a sua morte e todos aqueles que podem ter nascido em outros planetas (sim, existe a possibilidade, mesmo que improvável). Este número assombroso e espetacular de pessoas, você infelizmente nunca vai ter a oportunidade de conhecer. O que te restou fomos nós, eu e, como você já deve ter percebido agora, aquele pequeno número de pessoas que você conhece. Sem falar ainda que cada um de nós desafiamos as mais diversas probabilidade genéticas para estar aqui, junto de ti. Somos tudo que você tem, mesmo na nossa banalidade, defeitos, vícios ou virtudes. Não há como pedir pra nascer de novo, em outra época, em outro lugar ou mesmo em outro planeta. Assim, não me interessa o quanto as pessoas ao meu redor são isto ou são aquilo... me interessa que eu lhes quero bem pois são as únicas que eu tenho.
     E, se ainda assim, você não gosta das pessoas com quem convive e gostaria que elas fossem diferentes, não se esqueça: as pessoas ao seu redor podem mudar, mas só irão mudar por ti se acharem que você é alguém que vale mesmo a pena.

A música e a religião. Ou a falta dela.

Olá, meu nome é Arthur, e essa é a minha primeira postagem no blog. Então perdoem as falhas do iniciante, hahaha


A música sempre foi um grande espelho da humanidade. A batida do som, as melodias, canções sempre foram inerentes a qualquer sociedade. A música é, provavelmente, a primeira 'arte' a ser criada, bem antes da existência do conceito de arte.

A música nasceu com a humanidade.
Não é difícil interligar a música com a religião. A música, por ser uma arte, é capaz de transmitir emoções e até idéias e a religião por sua vez, fundamentada na fé, tem a necessidade desse apelo emocional, desse vínculo de empatia com o receptor. É muito comum o uso da música pela religião, desde o Cristianismo até culturas indígenas.

Porém, no último século, o mundo vivenciou abruptas transformações, de caráter social e político. Novos paradgimas, novos conceitos, novos pontos de vistas e novos rebeldes e conservadores.

Eis que surge o Rock and Roll. Um estilo bem transgressor para época, canções rápidas, rasteiras, quentes e que convidam à dança. Por ter nascido em um momento bem conservador, tal movimento foi considerado diabólico: Como um homem poderia usar aquele cabelo, aquelas roupas e aqueles rebolados!?
Este homem era Elvis Presley.

Não digo que o Rock tenha sido o primeiro estilo de música a ser associado com o paganismo, ateísmo e até mesmo ao satanismo, mas com certeza foi o mais influente. Os rebeldes do rock, então, abraçam essa causa e assumem tais valores. Mais tarde, bandas como os Rolling Stones, AC/DC e Led Zeppelin falam abertamente sobre Deus, o Diabo e a (in)existência de ambos. Bandas como o Black Sabbath e o Iron Maiden chegam a admitir o título de satanistas, com canções temáticas que associavam as bandas com o 'demônio'. É importante lembrar que quase nenhum dos integrantes de tais bandas eram de fato satanistas, muitos eram religiosos, até mesmo cristãos. O que importava era agredir os valores conservadores.

O rock jamais excluiu as religiões, muitas bandas atuais, cristãs em sua maior parte, usam deste estilo para criar composições para atingir principalmente os jovens. Mas a característica principal desse movimento musical já estava marcada: a rebeldia.

Pode-se dizer que na segunda metade do século passado o Rock foi um grito de jovens, das mais diferentes opiniões, classes sociais, cores e nacionalidades. Um grito de liberdade, da verdade, por um novo caminho. E o ateísmo se encaixa em cada palavra desse grito.

Eu vou postar a música Heresy, da banda Nine Inch Nails, que sintetiza tudo isso.




Em melhor resolução: http://letras.terra.com.br/nine-inch-nails/28453/traducao.html

Porque sou ateu # 2

No post anterior, há detalhes sobre os mitos de alguns filhos. 
Agora vamos falar um pouco sobre as mães:
Semíramis e Nimrode (4000 a.C, Babilônia)

Segundo registros históricos, como por exemplo os da renomada Enciclopédia Britannica, essa mulher realmente existiu e foi rainha da antiga Babilônia.

Era casada com o rei Cuxe e dessa união nasceu Nimrode.
Ela era chamada de rainha dos céus, mãe de deus, mãe do filho de deus.

Ísis e Hórus (3000 a.C)

Os egípcios acreditavam que seus faraós eram encarnações dos deuses em corpos humanos. 
Por isso, Ísis e seu filho Hórus foram cultuados.

A sociedade egípcia considerava Ísis a própria rainha dos céus.

 Maria e Jesus (Século I até os dias de hoje)

É chamada pelos cristãos católicos de rainha dos céus, mãe de Deus, mãe do Filho de Deus.

Notaram o padrão entre as imagens e as semelhanças entre uma e outra?
Há dezenas de outras divindades com seus filhos pela internet.
Eu gostaria de ter colocado mais imagens e falado um pouco mais como fiz com Hórus, Jesus e os outros no post anterior.

Este post não ficou exatamente como eu gostaria. Mas como eu gosto de repassar conhecimentos então vou mantê-lo.

Infelizmente é muito difícil de conseguir boas imagens das mitologias que são menos populares.
Mas as informações e semelhanças da muitas das religiões nem é tão difícil de encontrar.

Mas não vou entrar em detalhes sobre cada uma das mitologias em textos longos senão vai ficar extremamente cansativo, o que não é característica dos meus posts.

Até a próxima!

segunda-feira, maio 23, 2011

Porque sou ateu #1

Hórus (egípcio) 3000 a.C.
Nasceu dia 25 de dezembro;
Nasceu de uma virgem, a deusa Ísis-Meri com Osíris;
Nascimento acompanhado por uma estrela a Leste;
Estrela seguida por 3 reis;
Aos 12 anos, era uma criança prodígio;
Batizado aos 30 anos;
Começou seu ministério aos 30;
Tinha 12 discípulos e viajou com eles;
Operou milagres e andou sobre as águas;
Era “chamado” de Filho de Deus, Luz do Mundo, A Verdade, Filho adorado de Deus, Bom Pastor, Cordeiro de Deus, etc;
Foi traído, crucificado, enterrado e ressuscitou 3 dias depois.
Mitra (persa – romano) 1200 a.C
Nasceu dia 25 de dezembro;
Nasceu de uma virgem;
Teve 12 discípulos;
Praticou milagres;
Morreu crucificado;
Ressuscitou no 3º dia;
Era chamado de “A Verdade”, “A Luz”
Veio para lavar os pecados da humanidade;
Foi batizado;
Como deus, tinha um “filho”, chamado Zoroastro.

Attis (Frígia – Roma) 1200 a.C.
Nasceu dia 25 de dezembro;
Nasceu de uma virgem;
Foi crucificado, morreu e foi enterrado;
Ressuscitou no 3º dia;

Krishna (hindu – índia) 900 a.C
Nasceu dia 25 de dezembro;
Nasceu de uma virgem;
Uma estrela avisou a sua chegada;
Fez milagres;
Após morrer, ressuscitou.

Dionísio (Grego) 500 a.C
Nasceu de uma virgem;
Foi peregrino (viajante);
Transformou água em vinho;
Chamado de Rei dos reis, Alpha e ômega;
Após a morte, ressuscitou;
Era chamado de “Filho pródigo de Deus"

Jesus Cristo (Judeu) - Início do século I (até os dias de hoje).
Nasceu dia 25 de dezembro 
Nasceu de uma virgem, Maria
Uma estrela avisou a 3 reis magos do seu nascimento
Era uma criança prodígio;
Foi peregrino (viajante);
Transformou água em vinho;
Batizado aos 30 anos;
Começou seu ministério aos 30;
Tinha 12 discípulos e viajou com eles;
Fez milagres e andou sobre as águas;
Foi traído, crucificado, sepultado e após a morte, ressuscitou em 3 dias;
É chamado de  Filho de Deus, A Verdade, Rei dos Reis, Messias, Redentor, Salvador, Cordeiro de Deus.

domingo, maio 22, 2011

Uma tirinha de Quino sobre educação familiar








O gene egoísta foi publicado em 1976. Propunha-se a condensar o enorme corpo teórico já produzido para compreender como espécies surgem e se diversificam, como indivíduos se relacionam e colaboram entre si e a ir além. Richard Dawkins inovou de muitas maneiras. Introduziu uma linguagem informal e metafórica numa área dominada por reflexões densas e fórmulas matemáticas. 

Subverteu a percepção intuitiva da importância dos organismos e dos grupos: o gene é quem comanda, quem busca perpetuar-se. Os organismos são máquinas de sobrevivência construídas pelos genes, num processo competitivo em busca da máquina mais eficaz. E a influência dos genes não pára aí. 

Organismos interagem entre si e com o mundo inanimado, e assim alteram seu ambiente e promovem a propagação de genes presentes em outros corpos. Um dos livros mais aclamados da história da divulgação científica, ele não só apresenta a biologia evolutiva de forma acessível, mas acrescenta uma interpretação metafórica que inspirou gerações de biólogos e simpatizantes: somos máquinas de sobrevivência a serviço dos genes. 

Desde a sua publicação, foi traduzido para mais de 25 idiomas e sucesso de vendas pelo mundo todo. É ainda um livro atual, que continuará a ser referência obrigatória para quem se interessa pela evolução da vida. Esta edição comemorativa dos trinta anos de publicação traz uma nova introdução do autor.

sábado, maio 21, 2011

 “Estamos cercados por infindáveis formas belíssimas e fascinantes, e não é por acidente, e sim uma consequência direta da evolução pela seleção natural não aleatória — única na vida, o maior espetáculo da Terra.” Não há interpretações alternativas para a existência da vida neste planeta. Richard Dawkins decidiu escrever um livro para defender essa tese e convencer a todos — sem exceção — de que Darwin tem razão. Depois de oito obras que revolucionaram o pensamento evolucionário, ele traz a público o que chama de seu “elo perdido”, ligando todos os seus escritos: uma síntese pessoal das evidências científicas de que a evolução é, mais do que uma teoria, um fato estabelecido.

As evidências da evolução são tão válidas e irrefutáveis quanto, por exemplo, as evidências históricas de que existiu o Império Romano: “Também os seres vivos trazem a história escrita em todo o corpo. São repletos de equivalentes biológicos das estradas, muralhas, monumentos, cacos de cerâmica e até inscrições antigas romanas, tudo esculpido no DNA vivo, pronto para ser decifrado por estudiosos”. Para Dawkins, a visão da vida pelo prisma da evolução guiada pela seleção natural é grandiosa, sublime, e ele não mede esforços para levar o leitor a compartilhar seu arrebatamento. Nem para fulminar com argumentos inatacáveis e humor sarcástico as ideias dos que tentam defender interpretações sucedâneas — vale dizer, os “criacionistas da Terra Jovem”, para quem os seres vivos foram criados por volta de 10 mil anos atrás, e os proponentes do design inteligente, que até acreditam que houve evolução, porém graças a um empurrãozinho divino.

Dawkins mostra-se, como sempre, incomparável na arte de traduzir a ciência para não-especialistas. Em sua prosa premiada, a embriologia, o sequenciamento do código genético e o sistema de genes/proteínas que rege a vida ganham clareza e, mais do que isso, fascínio. Suas analogias e metáforas invariavelmente se tornam clássicas. Quem mais pensaria em recorrer à técnica do origami, aos métodos de Sherlock Holmes, a uma sátira do Monty Python e até a um balé aéreo de um bando de estorninhos para elucidar o mecanismo da evolução?



Fazer ciência


Ciência é uma palavra derivada do latim, e remete a "saber", "conhecer". No entanto, essa busca pelo conhecimento deve ser feita criteriosamente. Para isso há o método científico. Neste primeiro artigo, gostaria de apresentar resumidamente as etapas do método científico, algo que pouca gente já se parou para questionar. Vamos a elas:

Etapas do método científico

1 - Observação: é necessária uma observação inicial crítica dos fatos.
2 - Questionamento: após a observação, há a  elaboração de uma pergunta ou a identificação de um problema a ser resolvido.
3 - Formulação de hipóteses: depois de formularem a pergunta, os cientistas passam a pensar em possíveis respostas. Estas são as hipóteses. Hipóteses são feitas em cima de conhecimentos já disponíveis a respeito do assunto em questão.
4 - Deduções: são previsões do que poderia ocorrer no caso de a hipótese formulada ser verdadeira.
5 - Novas observações ou experimentações: as deduções são testadas ou são realizadas novas observações. Toda experimentação deve ser realizado com dois grupos: 1) experimental - no qual se promove alteração em um fator a ser testado, mantendo todos os demais fatores invariáveis, e 2) controle - que é submetido a todos os fatores sem nenhuma alteração. Desse modo, pode-se comparar os resultados obtidos em cada um dos grupos. Ocorrendo diferenças nos resultados, estas são atribuídas ao fator que está sendo testado. A falta de diferenças implica em que o fator analisado não interfere no processo em estudo. No entanto, a experimentação não é o único meio de se testar uma hipótese. Hipóteses podem ser testadas pela simples observação ou pela análise da consistência de sua lógica interna.O uso da matemática permite que os cientistas realizem testes equivalentes aos de experimentações, baseados apenas em observações.
6 - Conclusão: é a etapa de rejeição ou aceitação de uma hipótese, baseada na etapa anterior.
7 - Divulgação: a descrição da hipótese, dos experimentos, dos dados e das discussões de modo a permitir que outros cientistas possam repetir o que foi feito, raciocinar sobre as conclusões que foram tiradas e usar as informações como ponto inicial para a formulação de novas hipóteses e novos testes faz parte do método científico. Os cientistas têm que compartilhar as informações por meio de publicações, encontros, congressos e comunicações especiais, para que elas sejam validadas.

Onde entra a teoria?

E a famosa teoria, palavra que vive na boca de religiosos que querem menosprezar a evolução?
Teorias científicas se originam de hipóteses que são confirmadas por um grande número de experimentações independentes. Teorias não são fixas, podendo mudar frente a novas descobertas. Teiorias nunca podem ser consideradas verdades absolutas. A esse respeito, a melhor definição vem de Stephen J. Gould (1941-2002), um importantíssimo paleontólogo e divulgador de ciência americano:

"Os fatos são os dados do mundo. As teorias são estruturas que explicam e interpretam os fatos. Os fatos continuam a existir enquanto os cientistas debatem teorias rivais para explicá-los. A Teoria da Gravitação Universal de Eistein tomou o lugar da de Newton, mas as maçãs não ficaram suspensas no ar, aguardando o resultado".

Vivendo Sem a Venda



Foi como se, durante toda a minha vida, eu tivesse vivido com uma venda nos olhos. Eu sempre tive vontade de ver além da venda, mas as pessoas que me cercavam me diziam que no mundo havia muitas coisas horríveis e que eu teria elas como parte da minha vida se eu tirasse a venda; então, por muito tempo, eu só conhecia o que me contavam sobre o mundo. Até que não pude mais aguentar. Começou com um sentimento de hipocrisia, por estar vivendo com a venda e sem estar feliz com ela. E, quando me falaram que, além das coisas más que eu teria que ver se tirasse a venda, havia coisas maravilhosas que a venda não me permitia ver, eu não pude mais viver com ela. Ao tirar, eu surpreendi a todos a quem falei que não usava mais a venda: eles não podiam perceber, porque ainda a tinham nos olhos. Não gostaram da minha atitude e me julgaram por querer viver uma vida diferente da deles. Mesmo assim, minha atitude valeu a pena: ao mesmo tempo em que as fantasias que me eram contadas enquanto estava cega se desmancharam, uma realidade maravilhosa se fez presente: a realidade de que eu não precisava fechar os olhos para encontrar a beleza, que eu não precisava fingir viver sem o mal para poder praticar o bem, a realidade de que, se há coisas horríveis para se ver e uma realidade chocante quando se tira a venda, também percebe-se a bondade das pessoas, o mundo e o universo muito melhor sem que um pano esteja a obstruir sua visão.


Marina M. Oliveira

Keoma (1976) - Resenha

     

 Quando eu tinha uns 10 anos, assisti um filme de western que ficou gravado pra sempre em minha memória. Atualmente não me lembrava mais do nome do filme, mas me lembrava que tinha um bruxa, uma crucificação, um parto… mas, em minha lembrança, era tudo tão distante e embaçado, que simplesmente não conseguia me lembrar de que filme se tratava. Sabia que o nome do filme era o nome do próprio personagem… mas, ainda assim, não sabia o nome. Bom, o tempo foi passando e, à medida em que fui crescendo, eu aprendi a gostar de tantos gêneros do cinema, que a grande verdade é que, mesmo sem intenção, o western ficou para trás. Raros eram os filmes que me agradavam no gênero, até que, recentemente eu me deparei com um dvd de “3 homens em conflitos” e fiquei perplexo pelo filme, que pertencia a um gênero ao qual mal dava valor. Assim, sendo motivado pelo filme de Sérgio Leone, eu me fiz o favor de me rebuscar no gênero western, e venho, desde então, assistindo a vários filmes. E, entre tantos filmes, ainda ficava me perguntando: onde está aquele filme que tinha aquela bruxa, a crucificação, o parto??
     Bom, basicamente não leio sinopse de filmes antes de vê-los. Gosto de ver os filmes sem ter idéia do que se trata. E, nesta noite de domingo, eu tive a oportunidade de ver Keoma. Pra minha surpresa, este era o filme que vagava pela minha lembrança. Estava tudo lá, a bruxa, a crucificação, o parto… e muito mais. Muito mais, mesmo! Também estavam lá um herói procurando um sentido para a vida, a intolerância dos irmãos de criação, a peste, um explorador de mão-de-obra barata, um pai que tenta criar todos os filhos com a mesma justiça, um ex-escravo que perdeu a sua identidade quando ganhou sua liberdade, o medo e outros pormenores… isto tudo laçado a uma música fantástica e um clima apocalíptico, digno de filmes de holocausto. Aliás, este filme poderia até ser encarado como se fosse uma realidade alternativa do oeste americano. O som do vento constante levantando poeira, a cidade quase morta, a bruxa que aparece do nada e parece que só o keoma a vê (aliás, tenho minhas dúvidas se a bruxa existia mesmo além da cabeça de keoma) dão ao filme um tom tão único entre os filmes de western, que aquilo mal dá pra ser encarado como oeste americano. Não há xerifes, não há mexicanos, não há confederados e nem exércitos da união (apesar de se citar uma guerra no filme, mas não se deixa nada muito claro). Referências shakesperianas, cristãs e de outras mitologias não faltaram. O nascimento, a morte… tudo em evidência e, o melhor, tudo sem respostas certas ou erradas… apenas coexistindo.
     Aliado a todas estas grandes idéias do filme, o diretor, Enzo G. Castelari, faz um trabalho soberbo com câmeras lentas e ângulos de câmeras. Destaque para a cena onde keoma treina tiros com o pai (a câmera visualiza a cena através de cada buraco que as balas fazem no alvo); para a cena da briga com um dos irmãos, em que vemos a briga caminhando através das frestas de uma cerca; para a postura de briga ridícula do próprio keoma nas cenas de luta, que demonstra que ele lutava com coração e não com técnica; para a cena onde ele conta os inimigos e a câmera capta de um ângulo onde para cada dedo que keoma abaixava, ficava em evidência o inimigo contado; e para a técnica de flashback que se passava na frente do próprio artista em tempo real. Isto são sutilezas de um diretor que realmente sabe fazer seu trabalho. E olha que eu nem comentei dos dramas das câmeras lentas aliadas à dramática canção do filme.
     Não posso falar que este filme é melhor do que os grandes figurões do Western spaghetti… mas é um filme que traz nuances que muitos outros nem sequer imaginaram usar no gênero. Com certeza, um dos últimos e mais poéticos (e sensacionalistas) suspiros  do western spaghetti no cinema. 

sexta-feira, maio 20, 2011

Richard Dawkins - Deus , um Delírio

Num tempo de guerras e ataques terroristas com motivações religiosas, o movimento pró-ateísmo ganha força no mundo todo. E seu líder é o respeitado biólogo Richard Dawkins, eleito recentemente um dos três intelectuais mais importantes do mundo (junto com Umberto Eco e Noam Chomsky) pela revista inglesa Prospect. Autor de vários clássicos nas áreas de ciência e filosofia, ele sempre atestou a irracionalidade de acreditar em Deus e os terríveis danos que a crença já causou à sociedade. 

Em 'Deus, um delírio', seu intelecto afiado se concentra exclusivamente no assunto e mostra como a religião alimenta a guerra, fomenta o fanatismo e doutrina as crianças. 

O objetivo deste texto mordaz é provocar; provocar os religiosos convictos, mas principalmente provocar os que são religiosos 'por inércia', levando-os a pensar racionalmente e trocar sua 'crença' pelo 'orgulho ateu' e pela ciência. Dawkins despreza a idéia de que a religião mereça respeito especial, mesmo se moderada, e compara a educação religiosa de crianças ao abuso infantil. Para ele, falar de 'criança católica' ou 'criança muçulmana' é como falar de 'criança neoliberal' - não faz sentido. O biólogo usa seu conceito de memes (idéias que agem como os genes) e o darwinismo para propor explicações à tendência da humanidade de acreditar num ser superior. 

E desmonta um a um, com base na teoria das probabilidades, os argumentos que defendem a existência de Deus (ou Alá, ou qualquer tipo de ente sobrenatural), dedicando especial atenção ao 'design inteligente', tentativa criacionista de harmonizar ciência e religião. Mas, se é agressivo para expressar sua indignação com o que considera um dos males mais preocupantes da atualidade, Dawkins refuta o negativismo. 

Ser ateu não é incompatível com bons princípios morais e com a apreciação da beleza do mundo. A própria palavra 'Deus' ganha o seu aval na ressalva do 'Deus einsteiniano', e o maravilhamento com o universo e com a vida, já manifestado em seus outros livros, encerra a argumentação numa nota de otimismo e esperança.
Gênero: Filosofia
Ano: 2007
Autor: Richard Dawkins
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 381

Massacre da noite de São Bartolomeu.


Parecia ser mais uma noite do ano de 1572, do conturbado reinado de Carlos IX, devido aos conflitos que opunham católicos e protestantes.
Quando os sinos das igrejas da cidade de Paris tocavam anunciando o dia do mártir São Bartolomeu, na cidade não se ouviam só os sinos, mas também os gritos de dor e desespero de muitos parisienses protestantes.
Protestantes foram caçados e mortos; suas casas e lojas saqueadas, familias inteiras massacradas. Foram mortos entre 30 mil e 100 mil protestantes franceses (chamados huguenotes).


Poucos dias antes houve o casamento de Henrique de Navarra com Margarida de Valois, irmã do rei francês Carlos IX. A atmosfera era tensa.O casamento organizado pela mãe do rei, Catarina de Médici, para tentar conciliar católicos e protestantes, fora amplamente criticado pelos católicos.
Na véspera, o líder huguenote Almirante de Coligny sofreu um atentado. Os relatos nas últimas 24hrs eram confusos mas, aparentemente, Catarina, temendo uma represália anti-católica, convenceu o rei a se livrar de toda a nata da sociedade huguenote de Paris. Coligny foi tirado de sua cama e morto, assim como outros nobres huguenotes.
Logo a matança havia se espalhado para outras cidades da França. O recém-casado Henrique de Navarra escapou do massacre fingindo se converter.
Fellipe II da Espanha recebeu com alegria a notícia do massacre e o papa Gregorio XIII mandou cunhar uma medalha comemorativa e encomendou ao artista Giorgio Vasari um quadro da matança.

quinta-feira, maio 19, 2011

Cotidiano e Drogas [Maconha]


Maconha em seu Cotidiano

Que tal começarmos com uma coisa muito simples?

Andar pela rua

Sóbrio, você andaria normalmente e veria passarinhos cantando, gente brigando, mendigos na rua, velhos jogando dama/poker.

AGORA, se você estivesse sobre o efeito da nossa querida Marijuana, as coisas seriam um pouco diferentes.

No início os passarinhos ficariam levemente cômicos enquanto cantavam, fazendo você abrir um leve sorriso no canto superior esquerdo do lábio. Não muito depois, quando o efeito batesse bem forte, mesmo com seus olhos fechados você continuaria a ver os passarinhos e logo iria descobrir que os lindos passarinhos se transformaram em grandes dragões que estão soltando fogo por todos os lados e que todos aqueles velhos jogando dama agora são magos lutando contra os dragões. Pessoas brigando na rua? QUE NADA, na verdade é uma guerra! Nesse momento, você fica se perguntando: Porque estou na Idade Média com Dragões e Magos durante uma guerra? (Na verdade enquanto você se pergunta isso, consegue claramente ver as palavras flutuando ao seu redor)

É agora que você voltará ao mundo real e começará a dar muitas risadas com toda a cena que se passou durante 2 segundos mas na sua mente durou cerca de 300 anos de guerras travadas. Você pode até notar uma lágrima escorrendo do seu rosto, pois ainda sente a falta de seu irmão gêmeo que se sacrificou por você durante a guerra no planeta Uranus. Ao voltar novamente ao mundo real, você irá começar a ver que as cores estão mais fortes. Se estiver muito chapado, vai conseguir falar com deus, e ele te responderá todas as perguntas fundamentais com um simples:

"Me dá um trocado?"


É aí que você irá perceber que, na verdade, sempre esteve falando com um mendigo.

Obs: Exagerar com nossa querida Marijuana faz automaticamente você ver deus e virar teísta, ou seja, te deixa idiota e sem capacidade de ser racional.

FIM
O efeito já passou. Isso quer dizer que não consigo mais descrever tudo que está ao meu redor. Até o próximo post, e lembrem-se crianças, não usem drogas... rs.

Oração do DNA

Creio no DNA todo poderoso

criador de todos os seres vivos,

creio no RNA,

seu único filho,

que foi concebido por ordem e a graça da DNA polimerase.

Nasceu como transcrito primário

padeceu sobre o poder das nucleases, metilases e poliadenilases.

Foi processado, modificado e transportado.

Desceu do citoplasma e em poucos segundos foi traduzido à proteína.

Subiu pelo retículo endoplasmático e o complexo de Golgi

E está ancorado à direita de uma proteína G

Na membrana plasmática

De onde há de vir a controlar a transdução de sinais

Em células normais e apoptóticas

Creio na Biologia Molecular

Na terapia gênica e na biotecnologia

No sequenciamento do genoma humano

Na correção de mutações

Na clonagem da Dolly

Na vida eterna.


Amém!