terça-feira, julho 05, 2011

Gripe espanhola


Enquanto a 1ª Guerra matou cerca de 9,2 milhões em combate (15 milhões no total), a 2ª guerra matou 16 milhões, e a pandemia de gripe espanhola causou aproximadamente 50 ou 100 milhões de mortes em todo o mundo e continua a ser um aviso de sinistro à saúde pública.

A compreensão da pandemia de 1918 e suas implicações para futuras pandemias requer experimentação cuidadosa e aprofundada análise histórica.

Estima-se que um terço da população mundial (aproximadamente 500 milhões de pessoas ) foram infectadas e tiveram a doença clinicamente aparente. E até hoje é incerto o total de óbitos, estimada entre 10% a 20% dos infectados, o que daria entre 3% a 6% da população mundial.
Alguns mesmo chegam a achar que a gripe matou mais do que a peste negra que ocorreu no século XIV.
Uma coisa incomum é que os mortos geralmente eram jovens e crianças em tenra idade (0 à 5 anos) e não pessoas adultas, como por exemplo idosos ou pessoas já com algum problema de saúde.
Os primeiros sinais de tal doença devastadora pôde ser visto entre os soldados que lutavam na primeira guerra (1914-1918) e ela se espalhou com as batalhas graças à movimentação que as tropas faziam. O sistema de transporte também facilitou a transmissão para os soldados, marinheiros e viajantes civis.
A gripe espanhola veio a ser chamada assim pelo fato de a impressa espanhola ter dado mais atenção a tal fatalidade. Na primeira guerra a Espanha estava neutra e não tinha termos de censura impostos nas notícias em tempos de guerra. Isso deu a entender na época que a Espanha era o país com maior surto.

Não se sabe onde exatamente começou a gripe. As pesquisas indicam locais como Oriente Médio, China, EUA, França e Alemanha.
Na verdade houve 3 ondas entre 1918 e 1920, mas a pior de todas foi em 1918, atingindo pessoas de todos os lugares no mundo. Há inclusive corpos que foram achados no Ártico em que havia evidências de que morreram com a doença. Houve relatos que mortos eram enterrados em valas comuns e sem caixões, pois não os havia mais. Faltavam caixões para tantas pessoas.
No Alasca, populações foram dizimadas pelo mal que os esquimós acreditavam ser causado por um “espírito branco”. Em Londres, cartazes afixados nos teatros proibiam expressamente tossir. E, nos Estados Unidos, o costume de apertar as mãos foi praticamente abandonado.

Os brasileiros foram atingidos pela gripe antes mesmo que a doença chegasse ao país. Uma divisão que o governo enviara em navio para participar da guerra adoeceu enquanto a esquadra que transportava os militares estava ancorada em Dacar, Senegal: 156 mortos.
“Em todas as ruas, e a todas as horas, vemos cair subitamente, tombar sobre a calçada, vítimas do mal estranho. Os hospitais estão repletos.” (Rio Jornal, 14 de outubro de 1918).
No Rio de Janeiro morreram cerca de 12 mil pessoas em dois meses.
Em todo o país foram cerca de 35 mil mortos. Nos últimos meses de 1918, uma esperança: o novo presidente seria Rodrigues Alves, conhecido por ter livrado, em seu primeiro mandato, a capital Rio de Janeiro de epidemias de febre amarela, peste e varíola. Mas ele não chegou a assumir o cargo. Morreu em 16 de janeiro de 1919, de gripe espanhola.
Alguns historiadores chegam a especular que a primeira guerra tenha acabado em 4 anos por causa de falta de soldados.



Pessoas morriam em questão de horas ou poucos dias, tanto que, antes de se chamar gripe espanhola ela era chamada de gripe dos 3 dias. Acho que não preciso dizer porque.
Os sintomas também estavam diferentes. Além da febre e dor de cabeça, em alguns dias começava a falta de ar, o rosto começava a ficar roxo, os pés pretos, e em pouco tempo a pessoa morria afogada, com os pulmões cheios de fluidos. Praticamente morria-se afogado em seu próprio muco. Sem dúvida uma morte muito pouco agradável.

Hoje em dia, pesquisas são feitas no mundo inteiro a fim de entender o vírus da gripe espanhola e sua prevenção.