terça-feira, maio 31, 2011

Os Quatro Cavaleiros do Ateísmo - O Debate

Assista aos ateus mais influentes do mundo atualmente neste debate onde criticam as crenças religiosas.

Da esquerda para a direita: Christopher Hitchens, Daniel Dennett, Richard Dawkins e Sam Harris:

  

segunda-feira, maio 30, 2011

Carl Sagan - Contato - O Filme

Baseado na obra homônima de Carl Sagan.

Desde menina, Ellie (Jodie Foster) buscou indícios de outras vidas no universo. Quando recebe uma mensagem com uma máquina capaz de levar um ser humano e fazer contato com extraterrestres, reinvidica o direito de ser escolhida para a missão.

domingo, maio 29, 2011

Um trecho de Nietzsche


Friedrich Nietzsche, filólogo e filósofo alemão do século XIX,  é uma das grandes vozes do ateísmo. Seus livros são fáceis de serem adquiridos e não são caros, mesmo para nossa realidade de leitores subdesenvolvidos. Dentre suas grandes obras, aponto A Gaia Ciência, Assim Falava Zaratustra e O Anticristo (apenas para matar sua curiosidade, esta última obra fala sobre Paulo de Tarso, o famoso São Paulo, responsável pela expansão inicial do cristianismo). A seguir, transcrevo um trecho de Assim Falava Zaratustra. Antes que você comece a ler, ressalto que é um livro difícil, denso.

Dos Sacerdotes

Um dia Zaratustra fez um sinal aos discípulos e falou-lhes assim:
"Olhai estes sacerdotes, conquanto sejam meus inimigos, passai por diante deles silenciosamente e com a espada embainhada.
Também entre eles há muitos heróis, muitos sofreram demais, por isso querem fazer sofrer os outros.
São maus inimigos: nada há mais vingativo do que a sua humildade. E quem os ataca, facilmente se macula.
O meu sangue é, porém, igual ao deles e eu quero que o meu sangue seja honrado até no deles".
Quando passaram, a dor embargou Zaratustra; depois de lutar uns momentos com a dor, começou a falar assim:
"Aqueles sacerdotes causam-me pena e são-me antipáticos, mas desde que estou entre os homens, isso é o que menos me importa.
Fizeram-me e fazem-me sofrer; vejo-os prisioneiros e marcados. Aquele a quem chamam o Salvador pôs-lhes as algemas.
As algemas dos valores falsos e das palavras ilusórias! Ai! Haja quem os salve do seu Salvador!
Quando o mar um dia os arrojou julgaram arribar a uma ilha, mas afinal deram com um monstro adormecido!
Falsos valores e palavras ilusórias: eis quais são para os mortais os monstros mais perigosos: neles dormite e aguarda largo tempo o destino.
Afinal desperta e devora aquele que nele se albergou.
Ó! Aquela luz artificial! Aquela atmosfera pesada! A alma ali não pode voar até a sua própria alma.
A sua crença ordena isto:'vós, pecadores, subi de joelhos as escadas'.
Em verdade, prefiro ver o impudico a esses olhos deslocados pela vergonha e pela devoção!
Quem, pois, criou semelhantes antros e semelhantes graus de penitência? Não eram os que queriam esconder-se e a quem o céu límpido ofendia?
E só quando o céu estiver límpido, olhe novamente através das abóbadas rendilhadas e contemple a erva e as vermelhas papoulas dos ruinosos muros. Só então inclinarei o meu coração novamente ante as moradias desse Deus.
Chamaram Deus ao que os contrariava e prejudicava e, na verdade havia na sua adoção muito heroísmo!
E não souberam amar ao seu Deus, senão crucificando o homem!
Pensaram viver como cadáver; amortalharam de negro os seus cadáveres e até nas suas palavras percebo o mau cheiro das câmaras mortuárias.
E o que habita junto deles, habita junto dos negros tanques onde se ouve cantar o sapo com doce melancolia.
Seria preciso entoar melhores cânticos para eu crer no seu Salvador; seria preciso que os seus discípulos tivessem mais aparência de redimidos.
Quereria vê-los nus: porque só a beleza devia pregar o arrependimento. Quem convencerá essa compunção mascarada?
Mesmo os salvadores desses homens não descendiam da liberdade e do sétimo céu da liberdade! Nunca andaram sobre as alfombras do conhecimento!
O espírito desses salvadores era todo vácuo e nesse vácuo tinham posto a sua loucura, o seu suprefaltas a que chamaram Deus.
O seu espírito estava mergulhado em piedade e quando se enchiam de piedade sempre sobrenadava uma grande loucura.
Ousadamente, lançavam o seu rebanho ao caminho dando gritos: como se não houvesse mais do que um caminho que fosse dar ao futuro! Em verdade, esses pastores também formavam parte das ovelhas.
Tais pastores tinham espírito pequeno e almas grandes sensitivas, mas, meus irmãos, quão pequenas foram até agora as almas sensitivas, mesmo as maiores!
No caminho que trilharam escreviam sinais de sangue e a sua loucura ensinava que com o sangue se dá testemunho da verdade.
O sangue, porém, é o pior testemunho da verdade; o sangue envenena a doutrina mais pura e muda-a em loucura e ódio dos corações.
E quando alguém atravesse o fogo pela sua doutrina, isso que prova? Coisa muito divina é quando do próprio incêndio surge a própria doutrina.
O coração ardente e a cabeça fria: quando essas duas coisas se reúnem, nasce o torvelinho, o 'Salvador'.
Em verdade, houve nascidos melhores e maiores do que aqueles a que o povo chama salvadores, esses arrebatadores torvelinhos. E é mister, meus irmãos, que sejais salvos por outros maiores ainda do que todos os salvadores, se quereis encontrar o caminho da liberdade.
Nunca houve um Super-homem. Tenho visto a nu todos os homens, o maior e o menor.
Parecem-se ainda demais uns com os outros: até o maior era demasiado humano".
Assim falava Zaratustra.

Cotidiano e Drogas [Lança Perfume]

Lança no Metrô

Primeiro, para quem não conhece os efeitos do lança-perfume.
Se você já ouviu algo sobre, deve saber algo sobre o "Tuin" .

O "Tuin" é literalmente o som que fica na sua cabeça depois de usar desse "produto", que aliás não é bom de ser muito consumido, porque isso faz um mal danado, mas deixemos isso de lado e comecemos a historinha e etc e tal...

Se no seu cotidiano é necessário ir a longas distâncias de vez em quando, você já deve ter utilizado esse transporte público, no qual você entra em um vagão e é levado em alta velocidade a outro ponto. Já é bem legal pegar metrô, diga-se de passagem.
Dentro do vagão você não tem muita coisa para fazer, então você, às vezes, olha para uma pessoa
sem ela perceber, às vezes ela olha para você ao mesmo tempo e rapidamente os dois olham para qualquer outro ponto do vagão para disfarçar, você presta muita atenção na conversa dos outros de vez em quando também, isso pelo fato de não ter nada para fazer no vagão.

AGORA, se você tivesse dado algumas baforadas...

Aquela pessoa que você iria encarar por menos de um segundo, você olharia por cerca de dois minutos, porque ao olhar para ela, você consegue nitidamente ver ela se aproximar e se afastar de você rapidamente (algumas pessoas podem achar estranho você ficar encarando ela que nem louco). Sua audição é aumentada também, você quase consegue ouvir os pensamentos das pessoas, só um problema, você não consegue entender NADA do que estão falando, você vai ouvir um som do tipo "Gru gru gru". se as pessoas estiverem falando de mais perto, você ira ouvir "tudo como um eco.. eco.. co... o..."
Enquanto o vagão está em movimento, todo aquele barulho se tornará um unico som, o "Tuin" um tuin contínuo e irritante.
Se você quiser ficar meio enjoado, é só olhar para fora do vagão, a imagem vindo e voltando toda hora e imagens rápidas?... aguarde algumas vomitadas.

Falar com as pessoas é algo muito cômico de se fazer nessas horas, você nunca vai deixar de entender a última palavra dita porque ela se tornará um eco em sua cabeça durante alguns segundos ou alguns minutos.

Bom, lembrem-se crianças, não usem drogas..gas...gas...as....as...ah...ah.

Bill Maher - Religulous

Religulous acompanha o comediante Bill Maher na sua viagem a locais de culto religioso em todo o mundo, para entrevistar um vasto espectro de crentes em Deus e na Religião. 

Conhecido pela sua astuta capacidade analítica e pelo seu empenho em não ser agressivo com ninguém, Maher aplica a sua característica honestidade e espírito irreverente às questões da Fé, fazendo-nos entrar numa divertida e provocatória viagem espiritual. 

O filme não trata exatamente da existência ou não existência de Cristo e Deus, mas sim das religiões seguidas por todo mundo, principalmente a cristã.

Para baixar, duplo clique sobre o vídeo:

sábado, maio 28, 2011

sexta-feira, maio 27, 2011

Carl Sagan - O Mundo Assombrado Pelos Demônios

The Demon-Haunted World (O Mundo Assombrado pelos Demônios - A Ciência vista como uma vela no escuro, no Brasil) é um livro de Carl Sagan publicado originalmente em 1997.

Nessa obra, Sagan pretende apresentar o método científico a leigos e encorajá-los a pensar de maneira crítica e cética, demonstrando métodos para distinguir ciência de pseudociência e propondo o 
ceticismo e o questionamento ao abordar novas ideais.

Sagan afirma que após uma análise das suposições de uma nova idéia, ela deve permanecer plausível e, então, ser reconhecida como uma suposição. O pensamento cético é uma maneira de construir, entender, racionalizar e reconhecer argumentos válidos e inválidos e prová-los de maneira independente. Ele acreditava que a razão e a lógica devem prevalecer a favor da verdade. Através desses conceitos, os benefícios do pensamento crítico e a natureza "auto-corretiva" da ciência emergiriam.

Sagan fornece uma análise cética de vários tipos de superstições, fraudes, pseudociências e crenças religiosas como deuses, bruxas, OVNIs, percepção extra-sensorial e cura pela fé.

quinta-feira, maio 26, 2011

São Guinefort, o Santo Canino

São Guinefort era um santo muito incomum, e a sua história é verídica. Na verdade, ele era um Greyhound que viveu na França no século 13. Para o povo, ele era amado e venerado. Para a Igreja, que de início não percebeu  que São Guinefort era um cão, ele foi um constrangimento. Apesar dos melhores esforços da Igreja para acabar com todas as referências a este cão amado, São Guinefort permaneceu popular por 700 anos, até a década de 1940. O dia de São Guinefort é 22 de Agosto e, embora seja considerado o protetor das crianças, podemos pedir sua proteção para nossos queridos amigos e outros animais.

Nas suas missões, São Roque e São Cristóvão contaram com a ajuda de cães fiéis, que são mencionados nos textos sagrados, mas a Igreja nunca reconheceu nenhum cão santo.
Isto aconteceu há muito, muito tempo na região de Dombes, perto de Lyon, na França, no século XIII.

Um dia, conta-se, o senhor o castelo de Neuville e sua esposa tiveram de se ausentar por algumas horas, deixando o seu filhinho de poucos meses sozinho no castelo e à guarda do Greyhound do senhor. Eis que uma serpente se introduz no quarto da criança. Ao ver que o réptil se aproximava do berço, o cão, que estava agachado atrás dele, atacou-a. Então deu-se uma luta violenta, com a serpente silvando e o cão ladrando; o menino, acordado pelo barulho, começou a chorar. No ardor da refrega, a criança caiu para baixo do berço, ficando no entanto em perfeito estado. O cão, coberto de feridas e de sangue, matou a serpente e depois continuou de guarda à criança.

À última hora da tarde, a ama deu com esta cena e, sem procurar nem ir ver debaixo do berço, desatou a chorar desabaladamente pelo recém-nascido; quando a mãe chegou, fez o mesmo que a ama: pôs-se também a chorar. Nisto, o senhor entra no quarto e, cheio de cólera, mata o cão. Só mais tarde, ao endireitar o berço, é que encontraram o menino, dormindo tranquilamente no meio da desordem. O senhor do castelo não teve de se esforçar nada para reconstruir o drama e reconhecer a coragem e lealdade do seu fiel cão. Guinefort, seu Greyhound, foi enterrado com todo o respeito que merecia a sua proeza. Com o tempo, o castelo caiu em ruína e a natureza recuperou os seus direitos sobre a propriedade, pois assim trabalha a justiça divina. Os camponeses dos arredores habituaram-se, então, a ir em peregrinação à campa de Guinefort, cujo acesso se mantinha em segredo. Guinefort  fez milagres... e converteu-se em São Guinefort em toda a região.

O culto de São Guinefort era bastante estranho, como testemunhou Étienne de Bourbon, o frade dominicano que descobriu essas práticas quando era inquisidor na região. Em 1260 fez uma pesquisa, que relata nos seguintes termos:

"Numa aldeia fortificada a uma légua de distância deste lugar, as mulheres, acompanhadas pelos filhos, vão procurar uma velha que lhes ensina a maneira de atuar, fazer oferendas aos demônios e invocá-los, e que as conduz a esse lugar. Quando chegam, oferecem sal e outras coisas; penduram nos ramos os cueiros das crianças e espetam um prego nas árvores que cresceram ali; passam a criança nua por entre os troncos de duas árvores; a mãe, que fica de lado, leva o filho e atira-o nove vezes à velha, que está do outro lado. Enquanto invocam os demônios, conjuram os faunos que existem no bosque de Rimite para que, segundo dizem, apanhem a criança enferma e débil que lhes pertence; e, depois de a levarem, devolvê-la-ão gorda e luzidia, sã e salva. Feito isto, as mães infanticidas recuperam os seus filhos e põem-nos nus junto da árvore, em cima da palha do berço, e com fogo que levaram acendem de cada lado da cabeça duas velas que medem uma polegada, e fixam-nas sobre o tronco. Depois retiram-se até as velas acabarem de se consumir, de modo a não ouvirem os vagidos das crianças, nem as verem. As velas que se consomem desta maneira queimam por completo e matam várias crianças, segundo se conta. Quando as mães tornam para junto dos seus filhos, se os encontram vivos levam-nos até às águas rápidas de um rio próximo, chamado Chalaronne, onde os mergulham nove vezes; se se salvarem e não morrerem ali mesmo, logo a seguir, é porque têm umas vísceras muito resistentes."

Evidentemente, Étienne de Bourbon tentou proibir este estranho culto. Mas, tal como demonstra a apaixonante investigação realizada por Jean-Claude Schmitt e descrita no seu livro Le Saint Lévrier, o culto de Guinefort prolongou-se até muito depois do século XIII. Aparece mencionado em 1632, 1826, 1877, 1886, 1902 e mesmo em 1940, quando uma avó se lembrou de ir ao bosque de São Guinefort para conseguir a cura dos seus netos.

Mais estranhas ainda são as outras onze versões da história de Guinefort que Jean-Claude Schmitt descobriu na Europa Ocidental e que remontam à mesma época. Em Pavia, São Guinefort era humano e estava crivado de setas como São Sebastião; protegia os homens da peste; a sua festa celebra-se a 22 de Agosto. Em 1082 foi feita à abadia de Cluny uma doação de uma «fazenda de San Guinifortius».

Em 1131, na mesma abadia de Cluny, faz-se menção a um altar dedicado a São Guinefort. Em algumas igrejas de Sens, Brujas e outras cidades francesas ainda se celebra o culto de São Guinefort. E até em Montargis, famosa pelo seu cão, há no castelo uma capela subterrânea que lhe foi dedicada, não se sabendo se se trata do Greyhound santo de São Guinefort de Pavia.

sobre a valorização artistica no Brasil...

Bom... acho que o buraco é tão fundo que não acredito ver valorização da arte ainda em minha existência. O "sistema" em si atua de forma silenciosa  impregnando escassez e excessos, escravizando pessoas em míseros salários, de árduos serviços, diversão imediata (pão e circo... que pé no saco...). Neste meio caminho... a maioria simplesmente se entrega a qualquer satisfação instantânea como um recurso de felicidade rápida promovendo, na maioria das vezes, apenas a vaidade física e a banalidade sexual. É um ato extremamente violento contra a arte e a filosofia. Jogadores de futebol recebem salários absurdos, músicas de qualidade duvidosa ganham mais e mais espaço nas rádios, programas de televisão necessitam cada vez mais de dançarinas seminuas e, querendo ou não, o público é o verdadeiro culpado. Alguns anos atrás, a “Folha de São Paulo” acusou que os paulistas gastam em média apenas 0,25 centavos mensalmente com leitura. Putz... mensalmente!!! Enquanto isto, cd piratas são vendidos aos montes na simples bagatela de 1,00 ou 2,00 reais... preço mais do que justo... uma vez que boa parte da qualidade da música do brasil não teria direito de valer muito mais do que isto.
Fazer sucesso no Brasil nem é difícil... não precisa de inteligência, nem de emoção... basta ter excesso... “em excesso até fracasso faz sucesso por aqui”... não é a toa que eu vejo tantos bons artistas acreditando na “força do silêncio”.
A alienação tomou conta, a arte de pensar parece sem graça demais... parabéns aos políticos que conseguiram um leito pleno para ajustar seus salários da forma que eles bem entenderem...

terça-feira, maio 24, 2011

Eu, você e nossa circunstância...


     Recentemente, eu comecei um texto que simplesmente não consegui terminar. O texto tinha a intenção de demonstrar como eu me sinto frustrado em não conseguir demonstrar para meus alunos o quanto a ciência é transformadora, não só na questão tecnológica e social, como também individual. Com certeza absoluta, não sei sobre ciência o tanto que eu gostaria de saber mas, na medida do que consigo, tento ter uma boa compreensão sobre a mesma em seus mais diversos aspectos. Falo isto em nome de todas as ciências, mas é claro que possuo fascínio maior pelo ramo das exatas, na qual sou formado. Falando por mim, o contato com a ciência me trouxe mais amor, tolerância, deslumbramento, humildade, responsabilidade social e menos medo da morte. Apesar de ter falado por mim sei de outros que passaram pelo mesmo e, assim como eu, não trocam isto por nada. Talvez pareça engraçado, ou mesmo sem nexo relacionar questões como amor, tolerância, humildade e etc... com ciência mas, de fato, de forma quase paradoxal, posso dizer que a ciência salvou meu “espírito”.
     Se eu já não estiver morto enquanto você lê estas minhas palavras, acredite: já sou muito feliz de dividir a mesma época e planeta com você, afinal, diante da vastidão do tempo, da imensidão do universo e das probabilidades genéticas que eram possíveis durante a fecundação que nos originou, poder agora, eu e você, ocuparmos uma mesma circunstância, um mesmo momento é algo tão esplendoroso e único, que não pretendo desperdiçar nosso tempo com vaidades e mesquinharia.
     Se você ainda não entendeu o que eu quis dizer, pense da seguinte forma: temos no momento uma média de 6 bilhões de seres humanos na terra. Pense em quantos destes você conheceu. Agora, pense em quantos você simplesmente nem teve a oportunidade de conhecer. Foram muitos, não é mesmo? Mas a conta ainda fica pior: adicione ao número de desconhecidos todos os que já morreram antes mesmo de você nascer, todos os que irão nascer após a sua morte e todos aqueles que podem ter nascido em outros planetas (sim, existe a possibilidade, mesmo que improvável). Este número assombroso e espetacular de pessoas, você infelizmente nunca vai ter a oportunidade de conhecer. O que te restou fomos nós, eu e, como você já deve ter percebido agora, aquele pequeno número de pessoas que você conhece. Sem falar ainda que cada um de nós desafiamos as mais diversas probabilidade genéticas para estar aqui, junto de ti. Somos tudo que você tem, mesmo na nossa banalidade, defeitos, vícios ou virtudes. Não há como pedir pra nascer de novo, em outra época, em outro lugar ou mesmo em outro planeta. Assim, não me interessa o quanto as pessoas ao meu redor são isto ou são aquilo... me interessa que eu lhes quero bem pois são as únicas que eu tenho.
     E, se ainda assim, você não gosta das pessoas com quem convive e gostaria que elas fossem diferentes, não se esqueça: as pessoas ao seu redor podem mudar, mas só irão mudar por ti se acharem que você é alguém que vale mesmo a pena.